| — | Clarissa Corrêa. |
Who I am
- Camila
- Acadêmica do 3º ano do curso de Biologia e sonhadora nas horas livres.
domingo, 16 de dezembro de 2012
“Um dia, perguntei para o psiquiatra: sou bipolar? Ele me disse: de bipolar você não tem nada. Você é sincera e tem sentimentos intensos. E me explicou a origem da palavra sincera, que vem do latim e significa “sem cera”. Antigamente, carpinteiros e escultores usavam cera para disfarçar os defeitinhos de esculturas e móveis de madeira. Então, eles lixavam, passavam verniz e tudo ficava aparentemente perfeito e em ordem. O aspecto das peças era magnífico. Com o passar do tempo, do frio, calor e uso, a cera ia se desmanchando e os defeitos iam ganhando vida. Sinceridade é “sem cera”, ou seja, sem máscaras, sem retoques, sem querer ser o que não é. Achei bonita a explicação dele. E triste. Dói ser “sem cera”.”
“Eu ando sem paciência pro mundo. Rastejo, talvez. Não me importa mais se a caneta cai embaixo da cama porque ela continuará ali. Mantenho meus joelhos esticados em cima da cama. Não me importa mais o furo na carteira, o espelho fora do lugar, a mochila jogada em algum universo paralelo. As moedas atrás do sofá já formaram um real, e as cédulas foram pra máquina de lavar. A pasta juntou poeira. A lixeira anda cheia de papéis, quase como um porta-joias que pra mim, só pra mim, perderam o valor, enchendo as baratas com a poesia que perdi a vontade de apagar. Não me importa se faz frio, calor, se a janela fica aberta em dia de chuva, se como frango ou como peixe. O relógio ainda está atrasado. Ou adiantado, porque não lembro qual foi a última hora que me interessou. A folha do calendário ainda não foi rasgada, por mim ainda estaríamos em janeiro de um ano promissor. O marcador laranja daquele livro ainda está fincado no prefácio. Eu não entendo as piadas, não troquei as pilhas do controle remoto, não quis saber o que tinha na geladeira, não cumprimentei o rapaz que trabalha no caixa da padaria. Ele também esqueceu de sorrir pra mim. E eu esqueci de reclamar. O troco ficou com ele. De novo. O dinheiro que me pediram emprestado eu nunca liguei de cobrar. A música que parei na metade ainda não teve tempo de terminar. As maçãs do rosto apodreceram, eu sorrio sem pensar. Sorriso quebrado… E eu sem tempo pra consertar. Eu confundo mocinho com vilão, eu nunca mais assisti televisão. Eu não sei do que as pessoas falam e também já não sei o que falar. Eu não sei das pessoas, porque as pessoas não sabem de mim. Ou nunca souberam e eu não quis me importar. O celular tem três novas mensagens, mas foi um plano que eu esqueci de cancelar. Cansei de pegar o mesmo caminho de volta pra casa. Meu retorno não tem becos, mas não tem saída. Nunca teve um ladrão pra me assaltar. Talvez assim eu tivesse morrido, sem que eu implorasse pra alguém me matar. Mas eu não quero morrer. Eu nunca quis saber desse negócio de morrer, aliás. Eu não tenho paciência pra velório, eu nunca sei o que usar.”
| — | Cinzentos |
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Mais palavras cuspidas
Presa em um lugar sem prisão
Querendo fugir mas sem saber a direção
Perdendo a noção do que é correto ou não
Não saber dizer o que é mais forte
Querer viver ou desejar a morte
Sentir a dor ou temer o amor
O futuro está a um palmo daqui
É, não há mais coragem para fugir
Só me resta escolher o caminho a seguir
Mas que diferença faz?
Serei eu mesma, não importa o lugar
Apesar de linda a vida pode ser dura
O tempo não volta mais
Não exite fórmulas para a cura
Se você cair, sozinho terá que se levantar
A vida é assim, injusta normalmente
E será que vale à pena se importar?
Não deixar o julgamento dos outros te rotular
Ser você, sem levar em consideração a sociedade
Criar coragem para se libertar
Ter maturidade para dizer não
Não sei, no papel é tudo tão fácil
Mas a vida não é ficção
Ou você dança conforme a música
Ou leva uma lição
As consequências são a pior parte
Elas acompanharão você sempre
Nunca te deixarão, em qualquer parte
Faça o que fizer o passado não mudará
Então pense antes de agir
O arrependimento é uma arma
E sim, ele irá te ferir
A dor não é nada agradável
Te deixa na pior, te faz sofrer
Te leva a um estado lastimável
Seu futuro e você quem faz
Suas ações você quem coordena
Mas fique atento ao caminhar
Uma vez no caminho da dor
A vida toda com uma ferida à cicatrizar
Querendo fugir mas sem saber a direção
Perdendo a noção do que é correto ou não
Não saber dizer o que é mais forte
Querer viver ou desejar a morte
Sentir a dor ou temer o amor
O futuro está a um palmo daqui
É, não há mais coragem para fugir
Só me resta escolher o caminho a seguir
Mas que diferença faz?
Serei eu mesma, não importa o lugar
Apesar de linda a vida pode ser dura
O tempo não volta mais
Não exite fórmulas para a cura
Se você cair, sozinho terá que se levantar
A vida é assim, injusta normalmente
E será que vale à pena se importar?
Não deixar o julgamento dos outros te rotular
Ser você, sem levar em consideração a sociedade
Criar coragem para se libertar
Ter maturidade para dizer não
Não sei, no papel é tudo tão fácil
Mas a vida não é ficção
Ou você dança conforme a música
Ou leva uma lição
As consequências são a pior parte
Elas acompanharão você sempre
Nunca te deixarão, em qualquer parte
Faça o que fizer o passado não mudará
Então pense antes de agir
O arrependimento é uma arma
E sim, ele irá te ferir
A dor não é nada agradável
Te deixa na pior, te faz sofrer
Te leva a um estado lastimável
Seu futuro e você quem faz
Suas ações você quem coordena
Mas fique atento ao caminhar
Uma vez no caminho da dor
A vida toda com uma ferida à cicatrizar
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